Muito engraçado esse vídeo, não deixem de ver...
http://www.youtube.com/watch?v=u1Et2iAptiY&feature=player_embedded
AMENIDADES
terça-feira, 3 de novembro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Lições gratuitas
Estava eu displicentemente na parada de ônibus. Havia ido até a universidade resolver alguns pormenores antes de seguir para o estágio. Fiquei sentada, na parada de um dos setores olhando para o além, ou melhor, para a direção onde poderiam surgir o ônibus que me conduziria a meu destino. Ficaria bonito eu dizer aqui que estava absorta em meus pensamentos, mas a verdade é que eu não estava. Não estava pensando em nada, apenas tinha o olhar vazio e o comando na mente para identificar o número do ônibus que eu deveria pegar tão logo ele surgisse no horizonte da minha visão.
A parada enchia e se esvaziava em seu ritmo normal. Os ônibus chegavam e partiam, despejando seus estudantes (em uma parada na universidade eles são, indiscutivelmente, a maioria). Tudo normal...
De uma hora pra outra parou um ônibus e vários estudantes desceram. Alguns conversavam entre si, outros quase corriam por estarem provavelmente atrasados e outros seguiam seu caminho. Normal.
A parada enchia e se esvaziava em seu ritmo normal. Os ônibus chegavam e partiam, despejando seus estudantes (em uma parada na universidade eles são, indiscutivelmente, a maioria). Tudo normal...
De uma hora pra outra parou um ônibus e vários estudantes desceram. Alguns conversavam entre si, outros quase corriam por estarem provavelmente atrasados e outros seguiam seu caminho. Normal.
Mas um desses estudantes me chamou a atenção. Ele era magro, esguio e ouvia música com seus fones de ouvido. Até aí nada diferente de muitas pessoas que a gente encontra no dia-a-dia nas ruas. Mas ele diferente. Tinha algum problema de locomoção, não sei, talvez algo relativo à coordenação motora, que fazia com que cada passo fosse um empreendimento enorme. Parecia que sua vontade de andar era maior do que a força para comandar o corpo, que se mexia desordenadamente enquanto ele vencia seu caminho.
Fiquei olhando pra ele, mas não tive pena. No momento o sentimento que cresceu em mim foi de uma admiração imensurável. Ele não teve pressa, fez o percusso a seu tempo. Para mim, mera expectadora, parecia que ele podia cair a qualquer momento; mas não caiu.
Pensei: ele deve ter enfrentado dificuldades a vida toda e ainda hoje continua lutando. Não importa o curso que ele faz, o que importa é que ele vai se formar e deve vir à faculdade todos os dias de ônibus, vencendo os limites do seu corpo, os limites dos transportes públicos, os limites do preconceito daqueles que acham que ele não vai conseguir... Mas ele continua em frente e definitivamente não é do tipo de pessoa que fica esperando a vida passar.
Ninguém NUNCA devia fazer isso: esperar a vida passar.
Fiquei feliz por ter esperado o ônibus naquele exato lugar, naquele exato momento, e também grata a esse menino pela lição que ele me deu gratuitamente, sem nem tomar conhecimento.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Experiências literárias - Previsões
Todos os dias era a mesma coisa: entrar na internet sem olhar o horóscopo era o mesmo que “dar uma viagem perdida”, como as pessoas dizem; era em vão. A ansiedade entre o clique e o abrir da página era imensa, parecia que naquele ato as portas de sua vida iriam se abrir, todos os mistérios seriam revelados.
De repente, a previsão. Era incrível como em alguns dias ela achava que aquilo fora escrito por alguém que lhe conhecia intimamente, que a observava, que sabia de seus anseios e preocupações. Mas nem sempre era assim... Em alguns dias parecia que ela havia lido o signo errado.
Nesses dias a procura era imensa. A partir da leitura daquela previsão indesejada ou totalmente incompatível com seu jeito de viver, ela seguia em busca de outras previsões, outros sites nunca dantes navegados. Afinal de contas, algum tinha que acertar!
Em seu íntimo ela acreditava que todos deviam estar certos, afinal, foram feitos todos com base no plano astral, na magia, ou sei lá o quê que se pode dizer que rege um signo. Depois que lia pelo menos umas três previsões diferentes, começa a elaborar combinações praticamente matemáticas entre aquelas palavras, a fim de tentar entender o que se passaria em seu destino.
Um dia se pegou pensando em quantas milhões de pessoas no mundo seriam “regidas” pelo mesmo signo que ela e se seria possível que aquela singela previsão de internet traduzisse o destino de todas elas ao mesmo tempo.
Começou a se perguntar se realmente acreditava naquilo...
Por mais que fosse difícil pra ela admitir, a verdade era que ela não acreditava em nenhuma daquelas previsões, pelo menos não de forma inquestionável. Mas precisava delas, precisava de algo para se apegar diante de todas as incertezas que preenchiam seus pensamentos.
De repente, a previsão. Era incrível como em alguns dias ela achava que aquilo fora escrito por alguém que lhe conhecia intimamente, que a observava, que sabia de seus anseios e preocupações. Mas nem sempre era assim... Em alguns dias parecia que ela havia lido o signo errado.
Nesses dias a procura era imensa. A partir da leitura daquela previsão indesejada ou totalmente incompatível com seu jeito de viver, ela seguia em busca de outras previsões, outros sites nunca dantes navegados. Afinal de contas, algum tinha que acertar!
Em seu íntimo ela acreditava que todos deviam estar certos, afinal, foram feitos todos com base no plano astral, na magia, ou sei lá o quê que se pode dizer que rege um signo. Depois que lia pelo menos umas três previsões diferentes, começa a elaborar combinações praticamente matemáticas entre aquelas palavras, a fim de tentar entender o que se passaria em seu destino.
Um dia se pegou pensando em quantas milhões de pessoas no mundo seriam “regidas” pelo mesmo signo que ela e se seria possível que aquela singela previsão de internet traduzisse o destino de todas elas ao mesmo tempo.
Começou a se perguntar se realmente acreditava naquilo...
Por mais que fosse difícil pra ela admitir, a verdade era que ela não acreditava em nenhuma daquelas previsões, pelo menos não de forma inquestionável. Mas precisava delas, precisava de algo para se apegar diante de todas as incertezas que preenchiam seus pensamentos.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Curta e grossa II
Há! Hoje também começou uma greve dos funcionários de empresas de transporte público, indignados com os baixos salários e a falta de segurança nos ônibus.
Mas... que venha a Copa!
Curta e grossa
Na semana passada o hospital psiquiátrico João Machado (Natal/RN) foi interditado pelo Conselho Regional de Medicina.
138 pacientes, além de outros 30 que aguardam atendimento no pronto-socorro (dados da Tribuna do Norte), deverão ser transferidos para lugar. O hospital, que atende a demanda não só da capital mas também do interior do estado, não possui mais prazo para que as mudanças necessárias na infra-estrutura sejam feitas.
CONTUDO, vale destacar que a copa em 2014 será sediada nesta mesma cidade de Natal em que os hospitais apresentam condições tão precárias.
Enfim, quem vai se importar com um bando de loucos no país do futebol?
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Mini-Conto
...
Ambos chegaram cansados. Sentaram-se num tronco de árvore, deixando as pastas do lado. Afrouxaram a gravata e se puseram a conversar.
- Lembras do Silva ?
- Aquele um moreno, de bigodes ?
- Sem bigodes. O que imitava peixes. Nunca vi imitador igual. Imitava truta, golfinho, bagre ...
- Mas golfinho não é peixe.
- Mas ele imitava golfinho.
- Então ele imitava mais do que peixe.
- Mais do que peixe, mas especialmente peixe : imitava bacalhau, salmão. Imitava lúcio, solha. Imitava lêmure.
- Lêmure é peixe ?
- Sim, lêmure é peixe. Imitava marlim, peixe-serra ...
- Grande imitador, hein ?
- Pois é. Morreu.
- De quê ?
- Afogado.
- Que ironia do destino. O nosso Silva morrer afogado.
E mais não disseram. Dali mesmo levantaram vôo, pasta embaixo do braço. Lá foram eles, em direção ao sul, imitando pássaros. Canários, ou pelicanos. Talvez gaivota ou morcego. Sei lá. Não entendo muito de aves.
...
Ambos chegaram cansados. Sentaram-se num tronco de árvore, deixando as pastas do lado. Afrouxaram a gravata e se puseram a conversar.
- Lembras do Silva ?
- Aquele um moreno, de bigodes ?
- Sem bigodes. O que imitava peixes. Nunca vi imitador igual. Imitava truta, golfinho, bagre ...
- Mas golfinho não é peixe.
- Mas ele imitava golfinho.
- Então ele imitava mais do que peixe.
- Mais do que peixe, mas especialmente peixe : imitava bacalhau, salmão. Imitava lúcio, solha. Imitava lêmure.
- Lêmure é peixe ?
- Sim, lêmure é peixe. Imitava marlim, peixe-serra ...
- Grande imitador, hein ?
- Pois é. Morreu.
- De quê ?
- Afogado.
- Que ironia do destino. O nosso Silva morrer afogado.
E mais não disseram. Dali mesmo levantaram vôo, pasta embaixo do braço. Lá foram eles, em direção ao sul, imitando pássaros. Canários, ou pelicanos. Talvez gaivota ou morcego. Sei lá. Não entendo muito de aves.
...
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Dia do surdo
É isso aí, hoje é o dia do surdo.
Um dia de vencedores e vencidos.
Vencedores, porque superam a deficiência em todos os aspectos possíveis: estudam, ensinam, são ativos na sociedade, lutam pelos seus direitos.
E vencidos, porque o conhecimento sobre a linguagem dos sinais - as libras - ainda é muito restrito e com isso se restringe o acesso dos surdos a muitas coisas.
Enfim... eles sofrem o que sofre a maioria dos deficientes físicos no Brasil, a falta de políticas de acessibilidade e integração. E, de quebra, ainda são vítimas de preconceito ou penalização pela sociedade.
Queria deixar registrado aqui os PARABÉNS a todos os surdo que comemoram seu dia hoje, não com festa, mas com um alerta à sociedade para que se habitue a recebê-los.
P.S.: Um dia ainda realizo o sonho de aprender libras =)
Assinar:
Postagens (Atom)